EVITANDO QUEDAS

Quedas são responsáveis pela quarta causa de morte no idoso. Por isto a importância em preveni-las. Além de fraturas ósseas, podem gerar coágulos cerebrais, dores musculares e lesões em órgãos internos. Ampliando suas consequências, ainda dá para citar depressão e isolamento social, pois muitos idosos que caíram têm medo de sofrer outro tombo, apresentando sintomas de medo e de desânimo, deixando de participar de atividades antes prazerosas, pelo temor de uma nova queda.

Aqui vou citar algumas dicas importantíssimas para evitarmos uma queda, a maioria simples de se fazer e ao seu alcance.

EM CASA:

Sua casa é o local mais propenso para cair. Para evitar acidentes é preciso:

1. Ter uma boa iluminação dos ambientes. A luz solar é excelente para iluminar os ambientes durante o dia, através de cortinas e janelas abertas. Se não for suficiente, manter acesas lâmpadas de luz amarela, que são mais naturais aos olhos dos idosos. Evitar lâmpadas com luz branca, que dão menos contraste e predispõem a dificuldades de distinção de profundidade do chão ou de objetos. Os olhos com o envelhecimento têm dificuldade em distinguir objetos, sombras e profundidade. A mudança de um ambiente escuro para um com luz acesa ou muito claro também pode gerar ofuscamento da visão, necessitando um tempo maior de adaptação.
2. Cuidar com degraus e obstáculos no decorrer do caminho, como mesinhas, plantas, animais de estimação e utensílios domésticos.  Se tiver escadas ou degraus, que estes estejam adequadamente sinalizados, preferencialmente com outra cor, diferente da do piso, para ajudar na identificação, além de colocar corrimões para auxiliar no deslocamento. Se for feito rampas, que estas sejam calculadas adequadamente para serem suaves e que tenham piso antiderrapante e corrimão para auxiliar no trajeto. Jamais ter tapetes soltos próximo de escadas e rampas, pois predispõem a escorregões. Para a construção de escadas e rampas, solicitar materiais que não sejam escorregadios.

Toda escada ou degrau deve ter uma iluminação adequada que auxilie a visualizar bem os degraus, evitando sombras ou ofuscamentos na visão.

1. Evitar usar chinelos ou pantufas abertas em casa. Se for usar chinelos, que sejam de sola de borracha e que fiquem firme nos pés, com alças que mantenham todo o pé seguro ao calçado, e não somente próximo aos dedos, evitando assim torções e escorregões. Com o passar do uso, verifique se a sola não está desgastada, perdendo o efeito antiderrapantes. Muitos idosos, ainda mais os que têm diabetes, tem diminuição da sensibilidade dos pés e não sentem adequadamente o que estão pisando, o que agrava ainda mais o caminhar e os riscos de quedas.
2. Utilizar corrimões em corredores grandes, boxes de banho, banheiras, vaso sanitário e protetores de apoio de cama, para auxiliar no apoio para permanecer em pé, locomover-se ou apenas para se apoiar. Na cama existem grades de proteção disponíveis que auxiliam, além de apoio, prevenção de tombos.
3. Evitar ao máximo tapetes em casa. Eles além de lisos podem gerar tropeços. Se for do desejo ter tapete, que este esteja pregado no piso ou fixo com material antiderrapante. Evitar tapetes muito altos ou em locais perigosos, como próximo a escadas, rampas e degraus. No banheiro e na cozinha, que podem ter pisos molhados, atenção redobrada. Somente ter o utensílio que tenha material antiderrapante que o fixe bem no piso.
4. Manter o piso sempre seco. Quando molhado, tornam-se escorregadios.
5. Ter altura da cama, cadeiras, sofás e vaso sanitário adequados, que facilitem o sentar e o levantar. Muito altos ou muito baixos atrapalham.
6. Utilizar roupas confortáveis, porém que fiquem firmes no corpo. Evitar roupas que podem se enroscar em maçanetas, além de calças folgadas que possam cair, assim como barras malfeitas.
7. Se for possível, sempre ter as portas dos cômodos que se abram para o lado de fora, e não para o de dentro. Como a maior parte das quedas nos idosos é em casa, especialmente no banheiro, muitas vezes a porta se torna um grande empecilho para o resgate, pois o idoso está caído atrás da porta e não se consegue abri-la. Não trancar a porta dos banheiros e dos demais cômodos internos da casa. Sempre que possível, deixar a porta aberta do banheiro. Ao fazer uma reforma em casa, programar para modificar as portas. Elas devem ter a abertura para o lado que facilite o resgate do idoso. A grande maioria dos lares não são feitos pensando neste cuidado.
8. Cortinas compridas, colchas com babados podem ser bonitas, mas são grandes ameaças pois geram tropeços.
9. Manter uma avaliação dos olhos em dia, para ter uma boa visão. Se precisar fazer uso de óculos, utilizar em casa também.
10. Não ingerir bebidas alcoólicas e cuidar com os remédios. Há muitos fármacos que deixam a pessoa mais sonolenta ou com reflexos diminuídos que podem predispor à queda, principalmente aqueles usados para dormir. Remédios para pressão, diabetes, antidepressivos, entre tantos outros, também precisam de cuidados.
11. Manter-se em forma. Fazer exercícios regularmente, mantendo ossos e músculos saudáveis.
12. Ter um bom estado de hidratação. Tomar água frequentemente.
13. Cuidado ao levantar-se da cama ou das cadeiras. Evitar movimentos muito rápidos ou bruscos, que resultam em tontura e perda de equilíbrio. Idosos têm maior predisposição a terem mudanças bruscas no valor da pressão arterial, podendo ficar mais baixa ao se levantar de cadeiras ou camas, o que facilita a desmaio e a tonturas.
14. Não subir em bancos, cadeiras ou escadinhas para pegar objetos em prateleiras altas de armários do quarto, da sala ou da cozinha. São extremamente perigosos, favorecendo não apenas a quedas, mas a fraturas ósseas ou traumas no crânio. Pedir ajuda para isto. Não se arriscar, em hipótese alguma! Doar ou jogar fora estes objetos extremamente perigosos. Manter os utensílios de uso diário em gavetas e prateleiras baixas, de mais fácil acesso.
15. Se mora sozinho, manter sempre junto a si um telefone celular ou algum dispositivo que acione algum alarme para chamar ajuda caso apresente alguma queda e não consiga se levantar.

CUIDADOS FORA DE CASA:

18. Na rua, observar bem a calçada em que está caminhando para evitar tropeções em desníveis.
19. Cuidar ao atravessar a rua. Preferir sempre a faixa de segurança destinada aos pedestres e respeitar a sinalização de semáforo, se houver. Observar sempre o desnível entre a calçada e a rua, evitando pisar em desníveis, bueiros ou buracos. Pedir ajuda se tiver insegurança.
20. Se necessitar uso de óculos para enxergar melhor, usá-los também ao caminhar na rua. Evitar óculos escuros, mas se for utilizá-los, ter os que possuam lentes corretivas de grau, proteção de raios ultravioleta e que não dificultem a visibilidade.
21. Idosos que já possuem riscos, devem utilizar bengalas, andadores ou estar em sempre acompanhados por alguém, apoiando-se no braço desta pessoa, caso necessitem de um cuidado maior para evitar quedas e sentir-se mais seguro.
22. Usar sempre sapatos fechados, confortáveis, com solado preferencialmente de borracha e em bom estado. Sapatos gastos devem ser descartados, pois podem ter a perda do solado antiderrapante, predispondo a escorregões.
23. Ao entrar em locais, observar o piso, se é escorregadio ou se está molhado, para ter maior cuidado.
24. Em shoppings, preferir o uso de elevador a escadas. As escadas-rolantes podem predispor a quedas no início ou no fim do trajeto. Necessitam atenção e apoio.
25. Ao usar elevadores, observar se não possuem desnivelamentos entre o aparelho e o piso, pois geram tropeções.
26. Em dias de chuva, cuidado redobrado para evitar quedas em calçadas e ruas escorregadias.
27. Evitar carregar muitas sacolas, bolsas e objetos nas mãos. Além de favorecerem a queda, atrapalham ou geram mais lesões numa queda. Cabe lembrar aqui o cuidado com a violência urbana. Muitas vezes assaltantes empurram ou derrubam idosos para roubarem os objetos que estão carregando nas mãos.
28. Dar passos firmes, seguros e lentos. Não acelerar o passo ou correr em calçadas ou ruas.
29. Ao mudar de ambiente muito iluminado para mais escuro (ou o contrário), aguardar até a visão se adaptar para continuar sua trajetória.
30. Se utilizar transporte público, permanecer durante todo o trajeto sentado, não ficando em pé. Só sair do assento quando o ônibus ou metrô estiver totalmente parado.
31. Evitar atender telefone celular enquanto estiver caminhando na rua, para não se distrair e não perceber obstáculos, semáforos ou outras pessoas que estão transitando próximos.

OUTROS CUIDADOS:

32. Manter-se saudável. Fazer exercícios físicos supervisionados para manter boa saúde óssea e muscular. Músculos fortes auxiliam a evitar quedas e a amortizar o impacto nos ossos caso elas ocorram.
33. Manter-se bem hidratado e nutrido.
34. Evitar uso de remédios que sejam sedativos ou que possam interferir nos reflexos, predispondo a quedas. Se precisa utilizá-los, cuidado redobrado ao levantar-se, principalmente durante a madrugada, período em que agirão em maior concentração em seu organismo.
35. Não fazer movimentos bruscos, nem para levantar-se de camas, cadeiras e sofás, nem para girar o corpo rapidamente, pois geram instabilidade de equilíbrio.
36. Ter as revisões médicas periódicas para avaliar as condições de saúde, revisão dos remédios, exames necessários e orientações pertinentes.
37. Para pessoas que já sofreram quedas, cuidado redobrado. Determinar qual foi o fator que causou a queda e corrigir.