CUIDADOS COM A PELE
Com o envelhecimento, a pele se torna mais sensível, frágil e predisposta a doenças. Ela também pode manifestar sinais de problemas internos, através de alterações da cor (como palidez da pele nas anemias, amareladas em icterícias, azulada nas alterações de circulação ou oxigenação do sangue, hematomas por problemas sanguíneos, vermelhidão em alergias, entre tantas outras). Deve ser muito bem observada e ter cuidados diários para a manutenção de sua integridade e de sua saúde.
A exposição ao sol e à luz ultravioleta predispõe a alterações que levam aos vários tipos de câncer de pele. O rosto é o local mais comum de se desenvolverem, por ser uma área muito sensível e mais exposta ao sol, à poluição e a agentes externos. Lesões com algumas destas características merecem atenção redobrada e avaliação imediata com um dermatologista: escuras, com crescimento rápido, bordas irregulares (não arredondadas), sangrantes, ásperas ou elevadas. Na dúvida, é sugerido que seja feito uma avaliação e, sempre que indicado, retirada a lesão suspeita.
O uso do protetor solar é imprescindível para evitar não apenas o câncer, mas também o envelhecimento cutâneo. O filtro solar deve ter no mínimo FPS (fator de proteção solar) 50, devendo ser espalhado por toda a face, não deixando de se passar tanto na parte anterior como posterior das orelhas e pescoço. No corpo, atenção especial com as mãos. Deve ser usado em todas as estações do ano, com cuidado intensificado no verão. Precisam ser repassados após algumas horas de exposição ao sol, suor e mesmo aqueles resistentes à água, merecem nova aplicação após banhos de mar e piscina. Eu digo aos pacientes que para se saber o quanto o sol danificou a pele, basta olhar-se nu no espelho e comparar a textura da pele do braço e das pernas com a do abdome e pensar na pele que era do bebê. A criança tem a pele toda igual em sua textura no início da vida. As áreas que são mais expostas ao sol (membros e faces) acabam ficando mais escuras, ásperas e enrugadas com o passar das décadas. Não há necessidade de queimaduras solares para que a pele seja danificada pelo sol. A exposição diária, mesmo em dias não muito quentes, já gera problemas.
Há cosméticos de maquiagem que apresentam filtro solar, assim como roupas que protegem contra os raios ultravioletas. Bonés e chapéus também são armas importantes para a proteção cutânea.
Com o avanço dos anos, o tecido subcutâneo (que fica debaixo da pele|) diminui, deixando a pele mais sensível a cortes e traumas. Muitas vezes podem aparecer hematomas debaixo da pele de forma espontânea, sem ter tido nenhuma batida, principalmente nas mãos, antebraços e pernas. Apesar de muitas vezes não representarem doença, geram desconforto estético.
Devido ao fato de ser mais fina, qualquer corte que na juventude geraria uma ferida superficial, pode agora gerar uma lesão mais profunda, com uma laceração mais delicada da pele com maior dificuldade de cicatrização, mais dolorosa, com perda de sangue em quantidade superior a habitual, com tendência a deixar marcas e cicatrizes.
Doenças como diabetes ou problemas circulatórios desfavorecem uma boa e rápida cicatrização, predispondo a infecções e, em alguns casos, falta de circulação sanguínea, principalmente em mãos e pés, o que pode gerar necessidades de amputações.
Remédios “para circulação”, que “afinam o sangue”, como anticoagulantes e antiagregantes plaquetários, fazem com que o indivíduo perca mais sangue em um corte, necessitando muitas vezes suturas (“pontos”) ou um tempo maior de compressão para estancar o sangramento.
Doenças e remédios que predispõem a inchaços, principalmente em pés e pernas, aumentam o risco de lesões espontâneas, bolhas, erisipela e outras infecções cutâneas.
Apesar do avanço da medicina para deixar a pele com aspecto mais jovem e com preservação de sua elasticidade, seja por cosméticos ou por procedimentos cirúrgicos, o autocuidado global do corpo ainda é a peça fundamental para sua saúde. Fique atento e escolha produtos para passar em sua pele orientados por médicos, que sejam recomendados para o seu tipo de pele. Não utilize fórmulas caseiras. Em lesões, não aplique ervas e plantas, sem falar que cada pomada vendida em farmácias é indicada para um tipo de lesão, jamais sendo feito automedicação. Evite talcos, que podem gerar inalação e depósito nos pulmões. Sempre que se machucar, lave o local e procure atendimento. Cuidado com a exposição da pele a produtos de limpeza da casa, agrotóxicos, calor e frio excessivos, objetos perfurocortantes ou roupas e sapatos apertados. Previna-se contra mordidas de insetos e animais peçonhentos ou domésticos.
Uma boa hidratação da pele não deve ser feita apenas com o uso de cremes hidratantes, mas com a ingesta de pelo mínimo 1,5litros de água ao dia e com uma alimentação saudável, rica em legumes e frutas. A baixa ingesta de água gera desidratação cutânea, deixando a pele mais ressecada e fragilizada. Deve-se evitar o uso de cigarro, que aumenta em muito o envelhecimento da pele e o risco de tumores. Suplementações vitamínicas e de colágeno podem auxiliar, mas jamais substituem os cuidados primários, apenas complementam.